Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro tornar-se cinzas?
(F. Nietzsche)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Árvore de cor


Venho tentando acalmar meu coração ultimamente, evitando alguns pensamentos, não indo atrás de algumas coisas, das satisfações que já nem acredito mais. O problema é que isso vai deixando cada vez mais o coração sem vida, frio, quase congelado, e não é justo que tanto sentimento assim empedre só por falta de poda, então eu tento e tento e tento, não ver aquilo, lembrar daquilo, considerar outros nós, amarrar alguns galhos quebrados, reaproveitar os frutos podres, tudo vira adubo. Não tenho tido muito sucesso. Talvez eu só esteja tentando demais, querendo demais. Talvez seja isso mesmo de nascer, crescer e morrer. Nossa árvore veio de uma semente tão pequena que um pássaro por descuido deixou cair num jardim alheio, já deu frutos tão lindos, mas deu tantas pragas, que não resistiu quando veio o mau tempo e agora é uma coisa qualquer abandonada num terreno baldio. O que me acalenta é saber que disso ainda pode ser feito um lápis de cor.

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