Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro tornar-se cinzas?
(F. Nietzsche)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Quando tudo vira tédio

Por cansaço ou falta de vontade, não quero sair. Vejo as possibilidades, as companhias e lugares, nem muito nem pouco, apenas desinteressantes. Se ao menos tivesse certeza de que algo diferente fosse acontecer, mas parece ser sempre a mesma coisa, o mesmo papo, furado. Sinto como se estivesse investindo em nada, jogando dinheiro fora. Ao mesmo tempo, sei que ficar aqui não vai mudar nada. Mais vale o silêncio sozinho ou acompanhado? Emudeci porque já ouvi demais, o outro fala o que reflete em seu próprio espelho e, às vezes, isso não é suficiente. Só eu sei de mim, do meu tempo, da minha intensidade, dos meus sentidos. Em mim não cabe a equivalência do outro. Poderia arriscar e sair, uma companhia muda, ou uma conversa fiada, e alguns goles de cerveja, buscar uma embriaguez que alivie o corpo e a alma. Também posso me poupar, tomar uma dose forte e ir direto pra cama. Mas entendi que na introspecção não cabe nada nem ninguém.  Tudo vira tédio quando o tudo e o nada dão no mesmo.

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