Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro tornar-se cinzas?
(F. Nietzsche)

domingo, 26 de setembro de 2010

Afetividade

Bolhas. Esses sentimentos fluem dentro de bolhas, por vezes sendo elas próprias uma sensação. Em alguns momentos, você sente a necessidade de acobertar e se camufla numa grande bolha protetora, e densa. Mas tem aquelas horas em que você quer estar apenas dentro dela, sendo levado pelos ventos pra qualquer lugar, sem medo de tocar em nada, já que somente ela dissolveria. O problema é que os sentimentos são bolhas mutantes, se transformando quando bem entendem em avesso se precisarem. A gente não. Somos bolhas ou estamos nela e a mudança leva tempo. É um processo sair de uma bolha construída pra você e virar essa mesma bolha pra outra pessoa. Sentimos a necessidade de ser uma bolha, mas também queremos estar dentro de uma. Surge então o dilema do peso das coisas, medindo o que vale mais a pena, e o paradoxo do tempo, mudando constantemente as nossas vontades. Nos transformamos, por fim, num vento qualquer, levando e sendo levado por tudo, esperando que num sopro ingênuo surja uma bolha leve e levada.

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