Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro tornar-se cinzas?
(F. Nietzsche)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

a[L]titude

Não, não pare assim tão bruscamente, não cale mais ainda esse silêncio. Podemos continuar andando, mesmo assim devagarzinho, medindo as palavras e as quedas, quebrando aos poucos cada pedra que forma esse abismo e construir uma ponte de pedregulhos. Talvez volte nossa coragem de correr pelo chão frouxo. Ou o medo de cair grite, mas que grite, nada que cale, porque pelo grito também podemos continuar, mesmo parados. Só não pare e cale. Podemos nos jogar também, fingir voo, em silêncio, tudo o que tenha movimento, voz ou corpo, gesto ou imaginação. Que você vá pra lá e eu pra cá, mas que vá, porque noutra ponta é certeza o encontro, ou então que o lá e cá faça clá e de um nó fique os nós. Só não pare, que pedra parada se dissipa com o tempo, não seja o solo que eu piso, mas o caminho que eu faço.

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