Como um pássaro
que pousa no canto da calçada
ao acaso
e encontra algumas migalhas
espalhadas pelo chão.
Depois de um tempo
vê uma mão estendida ao vento
pedaços de pão,
colhendo qualquer ave
que ali chegue mais perto.
O pássaro, livre,
se ilude com o alimento despedaçado,
acostuma-se,
volta no outro dia,
e no outro dia,
e no outro.
Despercebido, prende-se.
Assim é o teu amor,
um corte ao que era instinto.
Assim eu era pássaro.
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