Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro tornar-se cinzas?
(F. Nietzsche)

sábado, 8 de setembro de 2012

O sol de setembro

Saiu nos jornais que o sol de setembro estaria mais forte, que as pessoas evitassem os raios solares principalmente entre meio-dia e duas tarde e usassem bastante protetor. Mas como se evita raio solar? Ultimamente tenho sentido meu corpo quente, mais do que de costume, e não é febre. Até minhas mãos geladas estão suando. Acredito que talvez seja esse sol de setembro mesmo. Já à noite, aliás, bem no finzinho da tarde, na primeira brisa leve que anuncia o sol se pondo, sinto calafrios, meu corpo é tomado por um frio de inverno que nunca existiu de verdade aqui em Fortaleza. Um inverno que nunca vivenciei, mas sei que chega quase a ser do extremo sul. Dia e calor, frio e noite, como no deserto. Talvez seja esse sol de setembro impondo presença e ausência. Só que às vezes o clima em mim se inverte, se colocando à parte de toda a natureza externa, como se quisesse ser próprio de si, nem de mim nem do mundo, mas somente de si, assim como os sentimentos. E ai fica uma guerra de temperaturas, cada uma querendo assumir e impor sua identidade, cada uma querendo tomar a outra de vez, cada uma querendo ser mais eu, acima de mim. Como no deserto, às vezes oásis, às vezes miragem. Aqui fora e aqui dentro, querendo predominar e impregnar todos os espaços, aquecendo, bronzeando, queimando, assim como os sentimentos, sendo de alguma forma, estando presente ou ausente, esse sol de setembro.

Um comentário:

Unknown disse...

O sol, assim como setembro, são meras coincidências em meio a seus outros acasos.