Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro tornar-se cinzas?
(F. Nietzsche)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Senti.dó

Sinto o frio me tocar sem pressa de envolver e congelar cada nervo palpitante que me restou depois de um dia no qual a tensão se sobrepôs a qualquer outra sensação eufórica desses frios repletos de significados que consomem toda a razão. Quis o calor por alguns instantes, breve como cada palpitação delirante do meu ser dominado e dominante de si mesmo. Febre e calafrios, que nem aqueles de paixão intensa que surge apressada e foge disfarçada deixando fragmentos cicatrizados em ferida semiaberta. Paixões que vão e vêm, não sabem se vão, se vêm, confundem-se.
E eu preocupada com erros diários de impressão!
A impressão – um erro por si, que há mais fundamento na ideia do que no real.
Estas linhas caminham por entre a incoerência dos meus sentidos;
retiro o sentido que nelas quis impor
e apenas
sinto.

Um comentário:

Inaê disse...

Você está se tornando uma brilhante escritora, que varia entre a prosa e a poesia. Está conseguindo escrever coisas que vagam entre a sensação e o sentimento.
Impressiono-me a cada nova leitura!