Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro tornar-se cinzas?
(F. Nietzsche)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Dezessete e Trinta

A nostalgia dos sonos no fim da tarde revela toda a sensação sufocante que se esconde em mim. Os sonhos confundem-se com o pôr do sol e a minha mente adormece incerta. Tudo vai escurecendo paulatinamente, apago por algum tempo que não dura o suficiente pra me manter estável. Tempo instável. Ao acordar, me encontro rodeada por ausência e sinto falta de qualquer coisa que me prove que o pulsar do meu corpo é real e relativamente presente em qualquer outro pensamento. Algumas lágrimas escorrem em meu rosto, quase imperceptíveis à insensibilidade da minha pele. Estou sozinha e sem luz. Com os passos ainda sem rumo, cambaleando, procuro algo que alimente, que sustente. Meu espírito permanece intacto. Sobrevivo cicatrizada e mesmo não tendo nenhuma proteção contra ti permaneço sem nenhum corte profundo. Nada perfura minha solidão. Estática. A essência concisa de toda essa tristeza é repleta de desapontamento, sou contraste. E quando falo em 'antissocial', não deixo claro em minhas expressões a desilusão dessa vida. Ninguém entende o estilo das minhas palavras. Estilo fragmentado, palavras infinitas em si.

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