Já não me interessa
me destruir para existir
me culpar pelas solidões
que grudaram em meus ombros
e que me fizeram ter essa postura
de quem já sentiu mais do que devia
já não me interessa
adornar a dor
preparar um altar para louvar
os meus traumas
prefiro não consagrar todas as vezes
que me partiram ao meio
prefiro soprar nos meus ouvidos
que embora não saiba bem o caminho
para voltar a ser inteira
eu estou retornando
a mim mesma
já não me interessa
ficar ao lado de quem
esquece que eu estive lá
que quando a fé tombou
eu estive lá
eu não posso conviver
com quem me obriga a esfregar
as mãos com o óbvio
todas as manhãs
já não me interessa
explicar que quem tem caminhos abertos
não diz isso o tempo todo
porque já sabe contemplar o silêncio
da certeza de ser guiada
eu sou carne banhada de sagrado
porque mereço
já não me interessa
desviar de espelhos
provar vivências
admirar abismos
jogar com a minha cabeça
pra ver até onde aguento
meu orgulho não é contabilizar
as cicatrizes
sigo lutando para mantê-las fechadas
se for entrar aqui venha de pés descalços
preciso sentir a energia
pra ver se confio
meu feitiço é meu sentidojá não me interessa
ficar rouca tentando explicar qualquer coisa eu me sei, eu me sei, eu me sei agora eu me ocupo adentrando minha coragem resgatando meus poderes deixando minhas asas respirarem.
ficar rouca tentando explicar qualquer coisa eu me sei, eu me sei, eu me sei agora eu me ocupo adentrando minha coragem resgatando meus poderes deixando minhas asas respirarem.
Texto de Rayane Leão
@ondejazzmeucoração
Nenhum comentário:
Postar um comentário