Mas a verdade é que quando me desatei e desatinei a viver o mundo outra
vez, esse de nó frouxo, da tal liberdade sem hora marcada, dei de cara com as tais das reticências, esses pontos soltos que afrouxam os "happy endings" da vida, em cada esquina, um engodo em cada amarra. Desses, minhas fraquezas e fortalezas, e minhas paixões. Platonismos às avessas, amores despedidos, perfumes ainda impregnados de memória, o cheiro do mar, da chuva, alecrim, a batida do tambor, os beijos
escondidos, apressados, desencontrados, desmedidos, interrompidos. E foi nesses
esbarrões, no canto de cada meio sorriso cínico dessas esquinas, que vi
espelhar aquela, dentre tantas outras, num olhar escuro, quase olhar abismo,
quase caos, quase caso, ainda vívida, ciente de si, mas adormecida, ainda que
estremecida a cada possibilidade de encontro. No perfume, no jeito torto, na
assimetria coordenada em mim, reencontrei o que nunca havia perdido: um
capítulo ainda a ser escrito.
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