Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro tornar-se cinzas?
(F. Nietzsche)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Nota de desfalecimento

Aos meus queridos que me cercam no dia-a-dia, no passado, presente, futuro ou imaginação, em pensamentos fixos ou móveis, toques ou olhares, suspiros ou declarações, desejo uma felicidade plena, eterna, dessas que encontramos em momentos breves, espontâneos, uma sinceridade que, mesmo mentida por tão verdadeira, mantenha a chama acesa da esperança, ou ilusão. Peço perdão pela distância, ou pelo descaso, por vezes tão presentes, que me posto, pois apesar de ainda acreditar nos sorrisos ingênuos de um brinde ou abraço, no instantâneo, não me iludo mais com proximidades. Sou só. E o tempo todo estou somente. Espectadora da alegria alheia, mesmo que minha. Feliz, talvez, de um sentimento vivido, sentido, mas adormecido ou morto. Pois sou corpo sem alma, não consigo mais manter a calma e tampouco largar as armas. Além de tudo, peguei distância pra ver melhor o que não havia e acabei não vendo muita coisa boa. Fui corrompida e perseguida por muito tempo pelo mundo do sim, dos risos frouxos, das mãos escorregadias, estou agora em queda livre. Talvez haja algum galho seco que eu possa me agarrar, talvez uma flor ainda por vir, talvez  tudo, talvez nada. Talvez eu volte. Por enquanto, o que me interessa manter em vista é a relatividade, o acaso, e essa distância, tempo e espaço, na qual tropeço e caio em cada prova de.

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