Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro tornar-se cinzas?
(F. Nietzsche)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Escrevendo o abstrato...

Escrever é inspiração e respiração. É suor contido pra não borrar o papel. É segurar o lápis com a força da mente. Mente. É seguir cada tracejo deslizando pelas linhas invisíveis. É tocar cada letra do teclado suave e pensativo. É liberdade no pátio do presídio. É orgulho do eu súbito que surge em cada palavra. É calmaria em desespero por medo de perder-se em si. É refletir-se num espelho magistral. É segredo disseminado despretensiosamente. Propósito despropositado. É culpa assumida e perdão negado. É fuga. É render-se. Cansaço. Descanso. Interação entre opostos. Grito!

Ontem escrevi sobre o mar, o sol, as belezas naturais.
Hoje escrevo sobre a relação conturbada entre o homem e a natureza.

Escrever é transformação. É arma. É ato de contínua reprodução. É tudo aquilo que a imaginação quis que um dia fosse real. É o desejo de mudança do revolucionário. É o amor platônico concretizado do poeta. É o amadurecimento da criança. É o primeiro passo do analfabeto. É a melodia transpassando a alma. É a declaração do amante e o brilho nos olhos do amado. É sentimento. É saudade. Lembrança.

Ontem escrevi sobre as flores do meu jardim.
Hoje escrevo sobre e para ti, meu amor

Escrever é ofensa. É raiva. Desespero, despedida. Desabafo. Lágrimas. É o coração espalhando sangue nas folhas amassadas. É desatino. É suicídio. É começo, recomeço e fim. É necessidade. Essencial.


Ontem escrevi.
Hoje...

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