Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro tornar-se cinzas?
(F. Nietzsche)

domingo, 19 de julho de 2015

Despedida

Enfim, tô de partida, indo ali aspirar outros ares. Então será isso. Parto sem pesos nem pesares. Já tá tudo encaixotado, quer dizer, quase tudo, alguns sentimentos deixei de fora mesmo, que se dissipem em meio a essa cidade caótica que abateu meu coração, tragou meus pulmões, mijou nos meus rins, bebeu meu fígado e “insanizou” meu cérebro. Vou lá pra dita calmaria do vácuo de uma cidade pequena, buscar grandezas que nunca encontrei por aqui. A casa lá será nossa, se aprochegue quando quiser, mas não esqueça: eu serei sempre só minha. É pertinho, sem drama nem demora. Aliás, a única distância real é o esquecimento prolongado. Então trate de continuar me lembrando das coisas que eu sempre venho esquecendo, te lembrarei também. E não deixe que a saudade te ludibrie, não deixarei, é só manter o copo cheio e a noite acesa. Parto leve, mudei.

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