Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro tornar-se cinzas?
(F. Nietzsche)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Da melancolia à poesia

Sabe aqueles dias, de Domingo talvez, que você quer simplesmente sumir do mundo porque está tudo errado, fora do lugar, sem rumo e sua vida não passa de um dia que amanhã nem vai ter existido? Então vem aquela vontade de sair pra tomar um sorvete, chamar uma pessoa qualquer, um amigo distante, um rolo sem expectativas, apesar de não estar com vontade de ver ninguém, e você convida. Um não pode, outro não atende, esse não está, ela não quer mais sair contigo, mas aquela está de bobeira e aceita. Vocês saem ao acaso, por um sorvete ou por uma tarde de meio sol, conversam sobre o vazio da manhã, preenchem o início da noite com a ingenuidade de um encontro que começou sem destino algum, encerram a madrugada cheios de si e talvez algum tempo depois falem sobre o acaso desse destino ou sobre o destino desse acaso de um dia nostálgico que os levou da melancolia à poesia.

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