Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro tornar-se cinzas?
(F. Nietzsche)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

REM

E foi assim, como num sonho, a última dança. A virada do ano em outra cidade, cidade que não fiz questão de guardar o nome, e em família, pelo menos de início. Mãe, padrasto, primos, cachorro, e depois fui me perder não sei onde. Começo a achar que a virada mudou tudo de cena, apesar de não lembrar dos fogos nem de nada anunciando a passagem, mas só sei que foi assim, exatamente no outro dia, ainda madrugada, danças livres, o jogo de frescobol, uma borboleta contrastando entre tudo, indo de lá pra cá, como num sonho. Aliás, tudo contrastava... Por que eu a olhava tanto afinal? Era só uma dança. Tudo era sonho e passado! Nós éramos dança, sonho, contraste e passado. Éramos o fim de um ciclo, pesado, e a leveza do início de outro ciclo. Era isso e pronto, e por isso acordei, talvez cedo, talvez tarde, talvez nem tivesse dormido, ou talvez. Talvez, se, poderia. Na dúvida, vou me confundindo, como num sonho.

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